A primeira Conferência Municipal de Economia Solidária de Ubatuba acontece durante esta quarta-feira na escola municipal Padre José de Anchieta, centro.
A etapa municipal debate sobre a política de economia solidária, sobre o processo de integração das ações de apoio e elabora o plano municipal da iniciativa.
O objetivo é integrar estratégias de desenvolvimento sustentável e de investimentos sociais no sentido de implementar políticas visando a promoção de atividades econômicas autogestionárias, de ampliar o incentivo aos empreendimentos econômicos solidários, bem como criar novos grupos e fomentar sua integração à redes e cadeias associativistas e cooperativistas.
A solenidade de abertura aconteceu de manhã e contou com a presença de especialistas no assunto, pesquisadores, lideranças populares, vereadores, secretários municipais e do prefeito Mauricio (PT).
O evento é preparatório para a III Conaes (Conferência Nacional de Economia Solidária), com tema central: Construindo um Plano Nacional da Economia Solidária para promover o direito de produzir e viver de forma associativa e sustentável, que acontece de 26 a 29 de novembro, em Brasília , após a etapa estadual em São Bernardo do Campo, região metropolitana da capital paulista.
Léo Pinho, da Central de Cooperativas de Empreendimentos Solidários, afirma que os grandes desafios em Ubatuba são aprovar uma legislação e fortalecer as cooperativas e associações locais. Pinho também destaca a importância da iniciativa em outras frentes e citou a medicina preventiva e o combate às drogas como exemplos.
»A economia solidária é importante não só na geração de renda e no desenvolvimento autônomo das comunidades. Ela pode ser uma porta de saída para o Sistema Único de Saúde e também para o Sistema Único de Assistência Social», afirma Léo.
Liderança do Quilombo da Fazenda, Laura de Jesus Braga, é coordenadora da Cooperativa do Azul, que dedica-se a atividades como o turismo rural e a produção de farinha de mandioca. Confiante nos resultados positivos, a quilombola afirma que, na prática, sua comunidade já está inserida no contexto da economia solidária e vê com bons olhos a chegada da Economia Solidária em Ubatuba.
»Estou esperançosa e espero ver os resultados fortalecerem o que já fazemos na Fazenda. Essa iniciativa vai ajudar muito a gente e gostaria de uma atenção especial na questão da regularização tão esperada das nossas terras», comenta Braga.
Isabel Viegas, pesquisadora da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), comemora o encontro, que para ela representa um primeiro e importante passo passo. »É um assunto novo, que precisa ser debatido, e que inverte uma lógica: valoriza o trabalho, não o capital», pontua Viegas.
A Conferência é organizada pelas Secretarias Municipais de Cidadania e Desenvolvimento Social, Saúde, Meio Ambiente, Pesca, Agricultura e Abastecimento, Habitação e Planejamento Urbano, Turismo e Educação.