Nesta sexta-feira, 22, acontece em Ubatuba o espetáculo de encenação da Paixão de Cristo. O evento é uma realização da Prefeitura de Ubatuba, por meio da Fundart (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba) e neste ano completa 22 anos, já tendo se tornado tradicional no município. Em torno de 200 pessoas participam de toda a montagem. Em 2010 estima-se que 35 mil pessoas, entre moradores e visitantes, assistiram à apresentação do espetáculo de rua.

A encenação, que acontecerá a partir das 21h, terá início na Praça de Eventos da Avenida Iperoig, com cenas de palco e calvário de Jesus e terminará com a crucificação no Morro da Prainha. O papel de Jesus Cristo será interpretado novamente por Claudinho Gulli. A Banda Lira Padre Anchieta também participará, fazendo ao vivo a trilha sonora do espetáculo.

A Paixão de Cristo

A Paixão de Cristo é a narrativa do calvário de Jesus, desde o momento em que ele é preso no Monte das Oliveiras, após a realização da última ceia com os apóstolos, até a sua morte na cruz. Na mesma noite em que é preso sob ordem de Caifás, o sumo sacerdote e maior autoridade do povo judeu, Jesus é julgado de forma sumária e condenado à morte. Como a região da Judéia estava sob domínio do Império Romano, caberia a Poncio Pilatos aplicar a punição. Pilatos, em função da proximidade da Páscoa, ofereceu a possibilidade de suspensão da condenação de Jesus, mas a multidão que estava no local incitada pelos sacerdotes preferiu que a liberdade fosse dada a Barrabás. A paixão de Cristo é principalmente essa passagem das últimas horas de vida de Jesus, da última ceia até a sua morte, quando seu sofrimento teria sido uma prova de sua doação total e incondicional para redimir os pecados da humanidade, segundo os preceitos da Igreja Católica.

Sob nova direção

Neste ano a direção artística da peça é assinada por Heyttor Barsalini, profissional que dirige a Cia. Teatral Abençoados por Cunhambebe, de Ubatuba, com carreira que passa por teatro e TV, fora da cidade. Dirigiu, até 2010, o curso de teatro da Fundart.

Segundo Heyttor Barsalini, “a encenação deste ano, basicamente, vai seguir os mesmos passos das dos anos anteriores. Usaremos a mesma gravação que a Fundart já tem e estamos priorizando, na medida do possível, manter os atores e atrizes tradicionais, em seus personagens. O diferencial será a introdução de um recurso chamado ‘distanciamento’ (criado pelo dramaturgo alemão Bertold Brecht), através do qual as pessoas da platéia são levadas à maior reflexão sobre os elementos da história. Para tanto, teremos algumas quebras temporais, viajando entre a época de Jesus e os dias de hoje. Penso que uma história tão em consonância com o imaginário da cultura popular não pode perder o que há de mais importante em sua essência e suas mensagens”.

A encenação da “Paixão de Cristo” envolve preparação intensa que reúne vários tipos de trabalhos como confecção de todas as armas (lanças, espadas), todo tipo de adereços, costura, pintura, cenários etc. Tudo isso numa produção coletiva, quando em 2008 a Fundart trouxe para si sua realização completa, dando-lhe caráter comunitário.

“A mensagem da Paixão é de uma atualidade gritante. Os ensinamentos de Cristo não mudaram o mundo, que em sua essência ainda é muito carente de desenvolvimento humano. Está aí a grande motivação da ‘Paixão de Cristo’, espetáculo de teatro de rua que em Ubatuba já conquista tradição, além de ser bastante exitosa”, afirmou Pedro Paulo, presidente da Fundart.

O espetáculo tem a coordenação de produção de Marilena Azevedo, figurinos de Fátima de Oliveira e coordenação de figuração, adereços e orientação de palco de Adriano Martins. (Fonte: Fundart / Assessoria de Comunicação/PMU)