Não basta oferecer produtos para o Dia dos Pais. A loja tem que »respirar» a data, se vestir para recebê-la e dar asas à criatividade, que deve se traduzir em parcerias. Tudo isso representa um bom negócio para todos os envolvidos.

De acordo com Antônio Sá, coordenador do curso de administração de empresas de varejo e franquias da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), uma das formas de agradar o cliente é não oferecer mais do mesmo.

O comerciante, quando abastecer a loja de relógios, por exemplo, deve comprar dois modelos de cada estilo: esportivo e clássico, com pulseira de couro e de aço. »O consumidor se perde com muitas opções e a época não está boa para empatar dinheiro com estoque, já que o crédito ainda está difícil», afirma Sá. Para ele, as vendas do Dia dos Pais é tão importante, para algumas lojas, quanto o Natal. Por isso, os produtos têm que ser muito bem aproveitados.

»O comerciante pode montar kits com os itens que já estão lá, à mão, e oferecer, com isso, sugestões de presentes, criando oportunidades de negócio», disse. O ambiente também não pode ser esquecido. »Para entrar no clima, podem ser colocados banners em locais estratégicos. A idéia é montar já na semana que vem», sugeriu o professor da FAAP.

Segundo ele, mais grave do que a crise financeira, pode ser a crise de criatividade dos empresários. »Os vários segmentos devem se unir e oferecer promoções para o consumidor, como lojas que vendem roupas e restaurantes, por exemplo: quem consumir em um, ganha desconto no outro. Na mesma loja, se o cliente escolher um par de óculos, consegue desconto num relógio».

A professora da pós-graduação de comunicação no ponto de venda da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Heloísa Omine, reforça a idéia dos kits. »Quem leva um smartphone pode se interessar por um acessório de integração do aparelho com o notebook. Se isso funciona com tecnologia, imagine numa loja de calçados ou de roupas. É fácil de montar.»

Se o que estiver em questão forem livros – item bastante apreciado pelos pais – o segredo é separar os produtos por temas.»Os combos têm queficar em exposição num espaço nobre. Se o local não tiver vitrine, os produtos devem ser colocados na entrada ou no caminho principal», afirmou Heloísa. O brinde também é importante. »Uma embalagem diferenciada, um cartão com dedicatória pronta serão apreciados. Uma dica é oferecer  ação personalizada. O filho tira uma foto digital na loja, que é impressa, para dar ao pai. Imagine na pose, o filho com o presente do pai na mão?»

Desconto – O proprietário da Woodlouse, loja especializada em grifes de luxo importadas, que fica no bairro do Brás, Carlos Aviz, disse que a empresa vai oferecer descontos de até 30% nas peças, na semana do Dia dos Pais. »Na verdade, é uma ação que funciona como um atrativo. As pessoas entram e acabam comprando o que está ou não em promoção.» As vendas do Dia dos Pais crescem 40% em comparação a um mês normal. »São peças de 32 grifes famosas que estarão em promoção. Os produtos mais procurados são aqueles que os pais usam sempre: ternos, camisa social e gravatas.»

Na vitrine, a sedução

A vitrine é o convite para o cliente entrar na loja. E até para os mais experientes, montar uma para o Dia dos Pais é um grande desafio. »Para as mães, por exemplo, planejar é mais fácil. Elas gostam de corações e de flores. Mas os homens preferem o tom discreto», diz o designer Cleiton Escrimin, que dá algumas dicas para o lojista seduzir o consumidor, usando a vitrine. »O básico não pode ser esquecido, como os preços visíveis e os anúncios de promoção», afirma. Ele está fazendo as vitrines de lojas do Bom Retiro, Moema e nos Jardins. »O caminho é ser discreto. Os banners, dentro das vitrines, devem mostrar fotos de pais em momentos felizes com os filhos. Isso basta para convencê-los a entrar e comprar». Para os consumidores, o designer diz que o melhor é conhecer bem o gosto dos pais, para que a hora do presente não seja inconveniente – embora nunca vão dizer que não gostaram. »O presente para o pai tem que ser mais pessoal». (Fonte: Diário do Comércio)