O agricultor Alcides Alves Jorge com os técnicos da Smapa
Onde antes só se via crescer ervas daninhas, em um solo árido e improdutivo, hoje é possível ver brotar diversas espécies, como milho, mandioca, feijão e citronela, entre outros. O segredo? Agricultura orgânica. Com técnicas simples, baratas e totalmente naturais, um solo que já não produzia nada há mais de 20 anos, agora volta a dar frutos e surpreende até mesmo os agricultores mais experientes.
Estamos falando da agricultura no Camburi, último bairro no extremo norte do município de Ubatuba. Povoado por descendentes de quilombolas, a agricultura é uma das principais atividades de subsistência daquela região. O uso de práticas incorretas levou ao enfraquecimento tornando-o improdutivo. A área está sendo recuperada em parceria com a Prefeitura de Ubatuba, por meio da Secretaria de Agricultura, Pesca e Abastecimento (Smapa), e o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp). Os técnicos Jefferson Castilho e Aparecido Cardoso prestam apoio técnico aos agricultores da comunidade.
O agricultor Alcides Alves Jorge explica que antes, os agricultores costumavam roçar as plantações e colocavam fogo nos restos, plantando em cima das cinzas. “Eles achavam que isso estava fortalecendo a terra, mas vinha a chuva e levava toda a cinza embora. Com o passar do tempo, a terra não produzia mais nada.”
Soluções baratas e eficientes
Com técnicas de produção totalmente orgânicas, após quatro anos, já é possível notar a diferença. Foram empregadas práticas simples, como o consórcio de espécies no mesmo espaço, evitando assim, o empobrecimento do solo pela prática da monocultura. Para servirem de adubo, foram plantadas diversas espécies de leguminosas, como feijão guandu, que além de combater a erosão, ajudam na fixação de nitrogênio da atmosfera em simbiose com bactérias do gênero rizobium. Em vez de colocar fogo, os restos de culturas anteriores são mantidas sobre o solo, para manter a umidade, garantindo a vida dos microorganismos da terra, que por sua vez melhoram a penetração das raízes e a infiltração da água, bem como a disposição de oxigênio no solo.
A compostagem, processo que transforma matéria orgânica in natura em adubo para terra, também está sendo utilizada com a utilização de cascas, vísceras de peixes e outras que antes eram descartadas. Os agricultores passaram por capacitações e aprenderam a fazer biofertilizantes, além de técnicas como o Bocashi, que além de servir como um recuperador de solo, é um composto altamente nutritivo para as plantas.
Os técnicos Jefferson Castilho e Aparecido Cardoso, da Smapa, prestam apoio técnico aos agricultores, orientando e promovendo capacitações. O Itesp tem cedido sementes de leguminosas e até mesmo pintinhos, para ajudar na produção de esterco para misturar no composto.
Futuro da agricultura
O engenheiro agrônomo da Smapa, Jefferson Castilho, explica que, apesar de ser uma solução para muitos dos problemas que os agricultores enfrentam atualmente, ainda há muita resistência na adoção dessas práticas. “Essas técnicas fogem de muitas práticas incorretas, como a queimada e eliminação de podas, que há muito vinham sendo utilizadas. Por isso, encontramos ainda receio por parte dos agricultores, mas isso vem sendo mudado. O adubo químico desequilibra o solo, as monoculturas enfraquecem e favorecem as pragas. Chega um momento que o produtor trabalha para pagar os insumos que utiliza para fazer com que a terra produza. A agricultura orgânica demora um pouco mais para dar retorno, porém a melhoria do solo favorece uma maior produtividade, diminuindo os custos de produção. Estas práticas sustentáveis são o futuro da agricultura.”
Alcides foi o primeiro da região a abraçar a agricultura orgânica e conta que seus companheiros estranharam a atitude. “Quando resolvi plantar o feijão guandu e a mucuna preta, eles disseram que isso ia fazer sombra no milho, que ia tomar espaço da plantação. Não acreditavam, de jeito nenhum. Mas aos poucos estamos vendo a melhora na terra e nas plantas. O que eu não conseguia quatro anos atrás, agora estou conseguindo. Já vejo brotar couve e almeirão, por exemplo. Estou muito satisfeito.” (Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)
O agricultor Alcides Alves Jorge com os técnicos da Smapa
O agricultor Alcides Alves Jorge com os técnicos da Smapa
Onde antes só se via crescer ervas daninhas, em um solo árido e improdutivo, hoje é possível ver brotar diversas espécies, como milho, mandioca, feijão e citronela, entre outros. O segredo? Agricultura orgânica. Com técnicas simples, baratas e totalmente naturais, um solo que já não produzia nada há mais de 20 anos, agora volta a dar frutos e surpreende até mesmo os agricultores mais experientes.
Estamos falando da agricultura no Camburi, último bairro no extremo norte do município de Ubatuba. Povoado por descendentes de quilombolas, a agricultura é uma das principais atividades de subsistência daquela região. O uso de práticas incorretas levou ao enfraquecimento tornando-o improdutivo. A área está sendo recuperada em parceria com a Prefeitura de Ubatuba, por meio da Secretaria de Agricultura, Pesca e Abastecimento (Smapa), e o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp). Os técnicos Jefferson Castilho e Aparecido Cardoso prestam apoio técnico aos agricultores da comunidade.
O agricultor Alcides Alves Jorge explica que antes, os agricultores costumavam roçar as plantações e colocavam fogo nos restos, plantando em cima das cinzas. “Eles achavam que isso estava fortalecendo a terra, mas vinha a chuva e levava toda a cinza embora. Com o passar do tempo, a terra não produzia mais nada.”
Soluções baratas e eficientes
Com técnicas de produção totalmente orgânicas, após quatro anos, já é possível notar a diferença. Foram empregadas práticas simples, como o consórcio de espécies no mesmo espaço, evitando assim, o empobrecimento do solo pela prática da monocultura. Para servirem de adubo, foram plantadas diversas espécies de leguminosas, como feijão guandu, que além de combater a erosão, ajudam na fixação de nitrogênio da atmosfera em simbiose com bactérias do gênero rizobium. Em vez de colocar fogo, os restos de culturas anteriores são mantidas sobre o solo, para manter a umidade, garantindo a vida dos microorganismos da terra, que por sua vez melhoram a penetração das raízes e a infiltração da água, bem como a disposição de oxigênio no solo.
A compostagem, processo que transforma matéria orgânica in natura em adubo para terra, também está sendo utilizada com a utilização de cascas, vísceras de peixes e outras que antes eram descartadas. Os agricultores passaram por capacitações e aprenderam a fazer biofertilizantes, além de técnicas como o Bocashi, que além de servir como um recuperador de solo, é um composto altamente nutritivo para as plantas.
Os técnicos Jefferson Castilho e Aparecido Cardoso, da Smapa, prestam apoio técnico aos agricultores, orientando e promovendo capacitações. O Itesp tem cedido sementes de leguminosas e até mesmo pintinhos, para ajudar na produção de esterco para misturar no composto.
Futuro da agricultura
O engenheiro agrônomo da Smapa, Jefferson Castilho, explica que, apesar de ser uma solução para muitos dos problemas que os agricultores enfrentam atualmente, ainda há muita resistência na adoção dessas práticas. “Essas técnicas fogem de muitas práticas incorretas, como a queimada e eliminação de podas, que há muito vinham sendo utilizadas. Por isso, encontramos ainda receio por parte dos agricultores, mas isso vem sendo mudado. O adubo químico desequilibra o solo, as monoculturas enfraquecem e favorecem as pragas. Chega um momento que o produtor trabalha para pagar os insumos que utiliza para fazer com que a terra produza. A agricultura orgânica demora um pouco mais para dar retorno, porém a melhoria do solo favorece uma maior produtividade, diminuindo os custos de produção. Estas práticas sustentáveis são o futuro da agricultura.”
Alcides foi o primeiro da região a abraçar a agricultura orgânica e conta que seus companheiros estranharam a atitude. “Quando resolvi plantar o feijão guandu e a mucuna preta, eles disseram que isso ia fazer sombra no milho, que ia tomar espaço da plantação. Não acreditavam, de jeito nenhum. Mas aos poucos estamos vendo a melhora na terra e nas plantas. O que eu não conseguia quatro anos atrás, agora estou conseguindo. Já vejo brotar couve e almeirão, por exemplo. Estou muito satisfeito.” (Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)
O agricultor Alcides Alves Jorge com os técnicos da Smapa