O Ibama publicou, nesta semana, a Instrução Normativa n° 185 de 23 de julho de 2008, liberando o cultivo da alga marinha Kappaphycus alvarezii, da cidade de Sepetiba-RJ à Ilha Bela, em São Paulo. Esta instrução, que beneficiará diversas cidades, é resultado de uma parceria entre o Instituto de Pesca, Universidade de São Paulo, Ibama, produtores locais e Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca. Em Ubatuba, cerca de 40 produtores locais já cadastrados poderão se beneficiar do projeto.
Esse tipo de alga é utilizado na extração de carragena, uma substância amplamente utilizada na indústria de produtos alimentícios, cosméticos, tintas e diversos outros. Atualmente, o Brasil importa mais de 90% de toda a carragena utilizada no país.
Esta normatização do Ibama é mais uma das reivindicações de produtores ubatubenses que foi encaminhada ao Governo Federal, entregues em mãos ao ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin. O próximo passo para a implantação do projeto será a liberação do material genético da planta por parte do Instituto de Pesca.
Para a secretária de Agricultura, Pesca e Abastecimento, Valéria Gelli, a produção da alga pode representar mais uma importante alternativa para o desenvolvimento da economia no município. “Se os produtores se empenharem verdadeiramente e a alga se adaptar bem às nossas águas, podemos nos tornar importantes fornecedores de carragena no Brasil, com a autorização do Ibama. Só vai depender do interesse dos nossos maricultores.”
A importância da carragena
A carragena é uma substância química espessante, que tem também a função de aumentar a longevidade de diversos produtos. Todos os anos, o Brasil importa milhões de dólares em algas secas como matéria-prima para a extração de carragena. O preço médio atual do kg da carragena refinada varia entre 10 e 20 dólares. O Brasil produz apenas 10% do que precisa. O resto, o País importa, sendo o Chile um dos principais fornecedores. A importação alcança a marca de 20 milhões de algas por ano.
12 anos de estudo
Para implantar o cultivo de algas marinhas em Ubatuba, o Instituto de Pesca empreendeu uma pesquisa de 12 anos. A espécie é originária das Filipinas e adaptou-se muito bem ao nosso meio ambiente. Segundo o pesquisador do IP, Ricardo Pereira, a produção da alga traz outros benefícios, além dos financeiros. “A produção da alga é benéfica para o meio-ambiente, pois ela serve de filtro para as impurezas da água, além de transformar o gás carbônico em oxigênio, aumentando a qualidade do ar e da água.” (Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)