Professor Alfredo e a equipe de estagiários exibem a maquete da Vila
Há quase um ano, uma equipe de universitários do curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontíficie Universidade Católica de Minas Gerais, do Campus de Poços de Caldas, vem desenvolvendo um importante projeto na Vila de Picinguaba, no extremo norte de Ubatuba. Orientados pelo professor Alfredo Barbosa Júnior, os estudantes estão fazendo um completo levantamento arquitetônico da vila, com o objetivo de estudar propostas para solucionar graves problemas enfrentados pelos moradores, como a questão do saneamento, das construções irregulares, das áreas de risco, entre outros.
Uma grande maquete, com cerca de quatro metros quadrados, está sendo construída para facilitar a visualização da ocupação da vila, que está inserida dentro do Parque Estadual da Serra do Mar – PESM. Na maquete, estão sendo colocadas todas as construções da vila, com a reprodução exata de suas fachadas e sua localização. Para tanto, os universitários vão de casa em casa, fotografam-nas, medem toda a sua construção, inclusive a área de terreno e preparam a planta da residência, já que praticamente todas as casas da vila não têm esse tipo de documento.
Das 265 casas existentes na vila, 45 já foram mapeadas. O professor Alfredo acredita que até o final do ano todo o restante das residências também já estejam catalogadas. “Isso porque neste semestre teremos uma nova disciplina “Paisagem modificada”, e o projeto da Picinguaba será novamente estudado, agora por cerca de 50 alunos”, explica o coordenador de Oficina de Projetos do curso da PUC de Minas.
Sensação entre os moradores
A maquete, que surpreende pelo grau de detalhamento e perfeição, está exposta no pátio da escola da vila e tem provocado curiosidade e admiração da população. “Muitas pessoas vêm conhecer a maquete e a primeira coisa que fazem é procurar por suas casas. As crianças são as mais interessadas”, conta uma das estagiárias. Segundo o vice-presidente da Associação dos Moradores da Vila, Manoel da Cruz Santos, esse projeto que vem sendo desenvolvido em parceria com a PUC é muito importante para a comunidade, “porque finalmente vai mostrar com clareza, quais são os nossos problemas, nossas dificuldades e quais mecanismos teremos para encontrar as soluções”.
Ainda segundo o professor Alfredo, todo este estudo está também integrado à nova proposta de Lei de Uso e Ocupação do Solo, amplamente discutida com a comunidade. “Como tenho uma casa aqui, faço parte da associação e participei das discussões da LUOS, acabei atuando como interlocutor junto à PUC, propondo o convênio. O resultado final deverá ser uma proposta de desenvolvimento sustentável da área, compatível com o que já definimos na nova Lei de Ocupação do Solo, ou seja, uma proposta viável, discutida junto à comunidade, ao Parque Estadual e à Prefeitura, já que temos aqui, uma gestão compartilhada”, explica o professor. (Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)