Pela primeira vez Ubatuba deverá participar do censo das aves aquáticas promovido pela Wetlands International e coordenado no Brasil pelo professor João O. Menegueti, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os trabalhos desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente credenciaram a participação de Ubatuba neste ano. A inscrição do município foi realizada no mês passado e neste mês de junho Ubatuba recebeu a sua aprovação para a participação. A primeira contagem de inverno acontecerá no próximo mês.
O programa “Censo Neotropical de Aves Aquáticas, CNAA” acontece desde 1990 simultaneamente na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela e envolve mais de 750 voluntários realizando contagens no verão e no inverno de cada ano.
Do cais até a barra
Neste primeiro momento é impossível a realização do censo em toda a extensão de Ubatuba e, para viabilizar a participação, foi escolhida a Baía de Ubatuba, desde o cais do porto até a Barra dos Pescadores, já que, além de ser uma área representativa, possibilitou a parceria do Instituto Argonauta e do Aquário de Ubatuba.
Carlos Rizzo, funcionário da Secretaria de Meio Ambiente e também observador de pássaros, lembra que antes mesmo da polêmica com a provável superpopulação dos cormorões em Ubatuba, já estava envolvido na busca de uma solução. “A questão não é só a eventual superpopulação de uma espécie de ave. Têm outras que estão sumindo e outras que estão reaparecendo. As aves são sinalizadoras do uso dado ao ambiente e a leitura isenta dessas mudanças nos dá condições de tomar atitudes responsáveis com o ambiente que vivemos. Devemos evitar atitudes movidas pelo sentimento impondo culpa nessa ou naquela espécie de ave, senão corremos o risco de incitar o extermínio criminoso da conseqüência sem resolver a verdadeira causa dos problemas”, explica o observador.
“Daí a importância do levantamento populacional das aves aquáticas em Ubatuba, pois quando comparado com outros ambientes servirá de base para trabalhos específicos como é o caso recente com o cormorão biguá, considerando que qualquer que seja a ação a ser empreendida demandará critérios científicos e suporte financeiro”, finaliza Rizzo. (Fonte: Assessoria de Comunicação/PMU)