Em busca de uma vaga para a elite mundial da ASP, no próximo ano, Renato Galvão se encontra na Escócia, palco do ONeill Highland Open 2008. A prova, válida como a 11ª etapa do WQS, tem nível 6 estrelas e, graças à ótima qualidade das ondas que rolam em Thurso East, leva o selo de status prime location. A vitória, rende um cheque polpudo de US$ 15 mil, e mais três mil pontos para o campeão, no ranking da divisão de acesso.
Iniciada na última quarta-feira, a competição segue até o dia 1º de maio. Na água, a primeira fase ainda está em andamento e Renato Galvão é o último brasuca a lutar por uma das vagas que classifica para a rodada seguinte. Em sua bateria, a penúltima de número 23, ele concorrerá contra os franceses Thomas Bady e Frederic Robin, mais o australiano Sam Page. Apesar de gélidas, Galvão aprova as ondas. »É um lugar que gosto muito. As direitas são excelentes», garante.
As águas de Thurso beiram os 8 graus centígrados. Situada no norte da Escócia, a região fica próxima ao Ártico, e mesmo com todo frio glacial, foi a perfeição das ondas que aqueceram os ânimos para que, em 2006, o local entrasse na rota da divisão de acesso, World Qualifying Series (WQS). Renato Galvão, criado as margens da Mata Atlântica, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, conseguiu avançar algumas fases na estréia da competição e espera ir mais adiante desta vez.
»Tive um bom desempenho na primeira vez que competi aqui, indo até a quarta-fase, terminando em décimo sétimo. Se Deus quiser, espero ir mais adiante e somar bons pontos este ano também», planeja o atleta, que deverá entrar no mar neste sábado. Antes da Escócia, Galvão aterrissou na Austrália e na África do Sul. Nos dois continentes, ele também estava atrás de bons pontos, e apesar de não ter se saído como planejava, conseguiu pontuar no ranking.
»Passei duas baterias na Austrália e perdi precisando de pouco. Infelizmente, na hora que entrei no mar, estava bem complicado e achar uma onda com parede não foi fácil. Perdi precisando de 4.90. Já na África, surfei bem nas primeiras baterias. Sai no round 48, em uma bateria boa. Acredito que surfei com a prancha errada, mas deu para somar uns pontinhos e dar uma subidinha no ranking», comenta ele que ocupa a 78ª posição.
De volta as competições internacionais, graças ao patrocínio da South to South, fechado no ano passado, Galvão ficou sem competir fora do País no começo de 2007. Analisando o nível técnico dos surfistas, ele observa que está ficando cada vez mais difícil. »As disputas estão mais acirradas. Tem bastante gente surfando bem e na competição, muitas vezes, o que faz a diferença são os detalhes. É difícil encontrar no WQS alguém que não surfe realmente bem».
Depois da Escócia, ele retorna ao Brasil, onde participa dos eventos nacionais. Atual bicampeão paulista, bicampeão do Brasil Tour, e também, bicampeão brasileiro profissional, Renato tentará buscar mais um título no Super Surf, evento que reúne os melhores surfistas do Brasil. Por enquanto, ele já fez um pódio antes de partir para as etapas internacionais, ficando em terceiro lugar na Seletiva Petrobras de Surfe Masculino, realizada em março, na praia do Rosa, Santa Catarina.
»No final do ano passado sofri uma lesão no pé direito. Graças a Deus, foi só uma torção, mas fez com que eu ficasse um mês sem treinar. Não tive tempo de testar as novas pranchas e me preparar para as competições do começo do ano. Isso me atrapalhou um pouco. Acabei competindo com a prancha errada para as condições que estava o mar nos dois primeiros eventos no Brasil. Isso me limitou bastante, no entanto, consegui obter um bom resultado no Brasil Tour».
Além de Renato Galvão, outros atletas completam a equipe de surf da South to South. Entre eles estão: Alemão de Maresias (big rider e freesurfer); Emerson Piai (Pro); Lucinei Malas (Pro); Yagê Araújo (Amador); Aline (Longboard); Luiz Saraiva, Guilherme Ribeiro e Anjinho (freesurfers).(Fonte: Fama Assessoria)
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