A Prefeitura de Ubatuba, por meio da Coordenadoria de Trânsito, vem implantando há cerca de 1 mês ciclofaixas e bikelines em algumas das principais ruas do Centro de Ubatuba.

Segundo Marlon Lopes, da Coordenadoria de Trânsito, o objetivo dessas mudanças é exclusivamente para ordenar o trânsito no centro da cidade, delimitando espaços específicos para carros e para bicicletas separadamente. “Para isso, tivemos que realizar algumas alterações no trânsito”, informou.

Até agora, a avenida Rio Grande do Sul e as ruas Coronel Domiciano e Liberdade foram as que mais sofreram modificações. Na avenida Rio Grande do Sul, a bikeline passa em todo o trecho que compreende as ruas Thomaz Galhardo e Liberdade. Já as ruas Coronel Domiciano e Liberdade  passaram a ter mão única.

Visando sempre o interesse da cidade, a Associação Comercial de Ubatuba realizou uma pesquisa na última terça-feira, dia 18, colhendo opiniões de moradores para saber de que forma estas mudanças foram recebidas pela população. Veja algumas abaixo:

 

Arielly Cicarelli - “Eu moro bem perto da rua Liberdade e pra mim não deu muito certo. Minha casa fica no fim da Hans Staden, ao lado do aeroporto, então pra ir sentido avenida eu tenho que dar uma volta pela Dom João III. Como eu trabalho para aquele lado, tenho que usar todo dia a contra-mão de bicicleta, pois ficaria imensamente longe para eu fazer este contorno. Para ir para o centro também complica, ando muito mais e tenho que pegar ruas com um asfalto terrível, se quiser andar na mão certa. Fora que esta rua está cada vez mais perigosa, por ser mão única, as pessoas correm a viram as esquinas sem olhar, não pensam que tem pedestres atravessando alí. E aquele pedaço que não é contra-mão também complica, precisaria de um guarda ou algo que fizesse com que os motoristas parassem e olhassem antes de virar. Não acho ruim ser mão única, é até bom porque a rua é estreita, mas precisa de ajustes urgentes”.

Marcela Regina Figueiredo- “Achei uma droga, pois meu filho estuda na Criarte e ficou péssimo para estacionar e para atravessar a rua, pois os ciclistas não param para a travessia e andam nos dois sentidos...e quando chove então? Nossa é só um tormento”.

Luiz Bischof -  “Os ciclistas de Ubatuba estão tendo mais prioridade do que os automóveis e os  veículos de transporte (ônibus e caminhões), esta é a mentalidade da atual administração, priorizar o transporte ao ciclista;  tenho certeza que com estas mudanças no trânsito de Ubatuba, vamos num futuro próximo ter de nos adequar a bicicleta de passeio ou a de carga  para nos atender, talvez em breve as licenças para os “triciclos- táxis”,  como acontece em Havana ou nos paises asiáticos...

Se os ciclistas respeitassem o fluxo dos veículos, tenho certeza que estas medidas não seriam tomadas, mas vamos nos adequar a estas mudanças”.

Roseli Marconi- “Achei péssima, pois minha filha estuda no Colégio Taba. Imagine a volta que tenho que dar saindo e voltando para o Itaguá, sendo que a Cunhambebe no trecho do colégio é mão para a Liberdade e saindo do colégio, não consigo virar a direita para retornar, acho que foi uma mudança radical muito, mas muito mal pensada.”

Ricardo- “Não foi respeitado o código de trânsito nacional, que obriga  carros e bicicletas manterem-se afastados 1,5 m. O projeto da rua em sua largura não suporta via exclusiva e as demais como a av. Rio Grande do Sul que recebeu 2 faixas exclusivas limitou o transito a duas faixas centrais com as bicicletas coladas ao trafego pesado daquela avenida, para que fosse mantido a faixa de estacionamento. Aliás, quero deixar aqui meu protesto pois os ciclistas não respeitam as ciclofaixas e nunca são sequer advertidos. É necessário se fazer cumprir o código de trânsito que obriga nas bicicletas a utilização de itens de segurança como buzina, espelhos e refletores”.

Sandra Mota- “Eu achei muito bom, pois mostra que a cidade de Ubatuba está se organizando e da melhor forma começando pelo trânsito. Parabéns para o idealizador do projeto”. 

Guilherme Magalhães- “Me parece que ficou bom, temos agora é que acostumarmos para não errarmos. Ruim mesmo ficou as ciclovias da Rio Grande do Sul. Quem planejou aquilo não deve dirigir com certeza”.

 

Outro Lado

Segundo Marlon Lopes, essas mudanças fazem parte do Programa Cicloviário que está sendo desenvolvido e implantado no município desde 2005.  “As ruas em questão são importantes rotas de ciclistas, que se dirigem ao trabalho, às diversas escolas da região e também à secretaria municipal de Saúde. Apesar de alguns motoristas acharem que as mudanças provocam transtornos, estamos fazendo isso visando o bem-estar de todos. É do conhecimento de todos que o número de bicicletas em Ubatuba é muito superior ao de carros”, explicou o coordenador.

O coordenador acrescentou ainda que essas mudanças foram feitas totalmente com estudos técnicos e com a aprovação do Governo Federal.

Devido à inúmeras reivindicações da população, Marlon afirmou que a rua Liberdade voltará a ser sentido praia definitivamente a partir do dia 29 de março,  e que desde já estão sendo feitas orientações aos moradores.  “Quero deixar bem claro que todas essas mudanças não são definitivas, na prática é que veremos o que deverá ser realmente feito. Definitivo é apenas a necessidade da implantação. Faremos o possível para que todas essas mudanças se adequem perfeitamente à cidade”.

Para o prefeito Eduardo César, o objetivo do projeto, iniciado com as ruas Thomaz Galhardo e Conceição, é ordenar o fluxo nas regiões onde há grande concentração de moradores, que têm a bicicleta como principal meio de transporte. “Nós queremos proporcionar, tanto aos ciclistas, quanto aos pedestres e motoristas, a maior segurança possível no trânsito, destinando para cada um, o espaço adequado. Ubatuba é uma cidade em que a maioria dos cidadãos se utiliza da bicicleta como meio de transporte, portanto, temos que nos adaptar a esta realidade.”

O secretário de Turismo, Luiz Felipe de Azevedo declarou que é muito cedo para avaliarmos a mudança feita na rua Liberdade. “Fazer uma avaliação logo após a mudança trará resultados distorcidos, uma vez que há uma tendência natural do ser humano a reagir contra mudança de hábitos arraigados. Entendo que a implantação de um sistema cicloviário em Ubatuba é uma necessidade, pois além de propiciar condições adequadas de trânsito para os milhares de usuários de bicicletas de nosso município, é uma atitude de respeito à vida de quem se utiliza deste tipo de condução”.(Fonte: Assessoria de Imprensa - ACIU)