Encapuzados chegando à igreja matriz /Foto: René Nakaya
Uma das mais tradicionais manifestações religiosas do Brasil, introduzida em meados do século 18, mais precisamente no estado de Goiás, está sendo resgatada em Ubatuba. Cerca de 130 pessoas realizaram o chamado Fogaréu na última quinta-feira, 20, véspera da sexta-feira da paixão. As pessoas encapuzadas, vestidas de roxo e preto, com instrumentos musicais e tochas nas mãos, chamavam a atenção do público por onde passavam. A procissão teve início na Praça Alberto Santos e seguiu pela Praia do Cruzeiro, até a Igreja Matriz.
Atualmente, poucas cidades ainda realizam esta manifestação. Em Ubatuba, ela não acontecia desde 1954 e foi retomada no ano de 2006, por meio de pesquisas realizadas pelo geógrafo Estevenel, que é subcomandante da Guarda Mirim, contando com o apoio dos Franciscanos Menores Conventuais.
Segundo Estevenel, a idéia de resgatar esta tradição surgiu quando ele escrevia sua monografia, sobre a influência do turismo na cultura caiçara. “Conversando com os caiçaras antigos, descobri esta pérola perdida e então, começamos a resgatar a tradição, junto com os jovens da Guarda Mirim. A retomada desta tradição trouxe de volta a proposta de valorizar as nossas manifestações religiosas. Nós temos por costume mostrar aos guardas mirins as suas origens culturais e incentivar a sua participação.”
A história do Fogaréu
A celebração, que dá continuidade a uma tradição de pouco mais de 200 anos, consiste em encenar as principais passagens bíblicas que antecedem a crucificação. Nela, os farricocos, homens encapuzados com mortalhas em negro e roxo, carregam tochas acesas, representando o caminho dos romanos até o momento da prisão de Cristo.
A cerimônia é rica em detalhes e beleza plástica. As figuras encapuzadas remontam as cerimônias espanholas, mais especificamente as de Toledo, Sevilha e ao período da Inquisição. A escuridão, as tochas, a rapidez, os encapuzados, o som das matracas que simbolizam as chicotadas em Jesus, o trote dos cavalos que são feitos por cascas de coco criam um clima medieval assustador e excitante.
Em Ubatuba, essa tradição era muito conhecida. Desenvolvida pela Irmandade do Senhor dos Passos, hoje também extinta, em noite de Quinta-feira Santa percorriam as ruas da cidade ao som de numerosas matracas, tochas carregando um estandarte de Cristo preso e o baldaquino com as hóstias a serem depositadas no altar do sepulcro após a procissão. Hoje apenas os moradores mais antigos se lembram desta procissão. (Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)
Procissão percorreu a praia do Cruzeiro /Foto: René Nakaya
Encapuzados chegando à igreja matriz /Foto: René Nakaya
Uma das mais tradicionais manifestações religiosas do Brasil, introduzida em meados do século 18, mais precisamente no estado de Goiás, está sendo resgatada em Ubatuba. Cerca de 130 pessoas realizaram o chamado Fogaréu na última quinta-feira, 20, véspera da sexta-feira da paixão. As pessoas encapuzadas, vestidas de roxo e preto, com instrumentos musicais e tochas nas mãos, chamavam a atenção do público por onde passavam. A procissão teve início na Praça Alberto Santos e seguiu pela Praia do Cruzeiro, até a Igreja Matriz.
Atualmente, poucas cidades ainda realizam esta manifestação. Em Ubatuba, ela não acontecia desde 1954 e foi retomada no ano de 2006, por meio de pesquisas realizadas pelo geógrafo Estevenel, que é subcomandante da Guarda Mirim, contando com o apoio dos Franciscanos Menores Conventuais.
Segundo Estevenel, a idéia de resgatar esta tradição surgiu quando ele escrevia sua monografia, sobre a influência do turismo na cultura caiçara. “Conversando com os caiçaras antigos, descobri esta pérola perdida e então, começamos a resgatar a tradição, junto com os jovens da Guarda Mirim. A retomada desta tradição trouxe de volta a proposta de valorizar as nossas manifestações religiosas. Nós temos por costume mostrar aos guardas mirins as suas origens culturais e incentivar a sua participação.”
A história do Fogaréu
A celebração, que dá continuidade a uma tradição de pouco mais de 200 anos, consiste em encenar as principais passagens bíblicas que antecedem a crucificação. Nela, os farricocos, homens encapuzados com mortalhas em negro e roxo, carregam tochas acesas, representando o caminho dos romanos até o momento da prisão de Cristo.
A cerimônia é rica em detalhes e beleza plástica. As figuras encapuzadas remontam as cerimônias espanholas, mais especificamente as de Toledo, Sevilha e ao período da Inquisição. A escuridão, as tochas, a rapidez, os encapuzados, o som das matracas que simbolizam as chicotadas em Jesus, o trote dos cavalos que são feitos por cascas de coco criam um clima medieval assustador e excitante.
Em Ubatuba, essa tradição era muito conhecida. Desenvolvida pela Irmandade do Senhor dos Passos, hoje também extinta, em noite de Quinta-feira Santa percorriam as ruas da cidade ao som de numerosas matracas, tochas carregando um estandarte de Cristo preso e o baldaquino com as hóstias a serem depositadas no altar do sepulcro após a procissão. Hoje apenas os moradores mais antigos se lembram desta procissão. (Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)
Procissão percorreu a praia do Cruzeiro /Foto: René Nakaya