Depois de avistadas nas proximidades do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, o Centro de Estudos para a Conservação Marinha (Cemar) registrou a chegada das primeiras Baleias-de-Bryde ao Litoral Norte na temporada deste ano, iniciada oficialmente no dia 28 de Outubro. As baleias foram avistadas entre as ilhas Vitória e Búzios, pela equipe do Projeto Baleia de Bryde, que desenvolvido pelo Cemar.
As Baleias-de-Bryde (cujo nome científico é Balaenoptera edeni) vêm a esta região principalmente nos períodos de primavera-verão em busca de seu alimento preferido, as sardinhas. Ocorrem mais comumente junto às ilhas, devido à maior abundância de peixes. Elas já tendo sido registradas nas proximidades das ilhas: Anchieta, Palmas, e Alcatrazes, além de registros anteriores entre as ilhas: Vitória e Búzios – todas elas inseridas em Unidades de Conservação estaduais e federais.
Baleias de Bryde
Diferentes das outras espécies mais conhecidas do público em geral, a baleia Franca e a baleia Jubarte, as »Brydes» (como são mais popularmente conhecidas) não migram da Antártica e sim de águas oceânicas para as águas mais costeiras. Alcançam, em média, 13 metros de comprimento e um máximo de 15,5 metros. As fêmeas são ligeiramente maiores que os machos por toda a vida, sendo que seus filhotes podem nascer com aproximadamente 4 metros, pesando cerca de 560 kg.
Registros obtidos pelo Projeto, em parceria com o Instituto Oceanográfico da USP, indicam que, aparentemente, as baleias-de-Bryde se reproduzem em locais da Plataforma Continenta, onde a profundidade é maior. Comportamentos de exibição, como saltos, exposição do ventre e outros, foram fotografados de forma inédita pela equipe do Projeto durante cruzeiros científicos que percorreram áreas até os 3.000m de profundidade.
Seu nome está associado à sua história trágica: foi dado em homenagem ao cônsul norueguês Johan Bryde, que inaugurou as primeiras estações baleeiras da África do Sul, em Durban, no século XIX e continuam sendo caçadas na atualidade por alguns países. Seu status de »insuficientemente conhecida» na lista dos animais em extinção ironicamente leva a uma justificativa para a chamada »caça científica», que é abominada pelas instituições voltadas à conservação, por ser um pretexto para a prática da caça com alegações de pesquisa científica.
O Projeto
O projeto se desenvolve em parceria com a Associação das Operadoras de Mergulho de Ubatuba (AOMU) e tem o apoio da Fundação O Boticário para a Conservação da Natureza, além da colaboração da Prefeitura de Ubatuba, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Coordenado pela Oceanógrafa-Bióloga Mabel Augustowski, o CEMAR expandiu seus trabalhos para o Litoral Norte paulista em 2005, passando a ser uma organização não-governamental com sede em Ubatuba. Agora, as embarcações voltadas ao turismo de mergulho que partem de Ubatuba, »vestiram a camisa» do Projeto Baleia de Bryde e do CEMAR: as embarcações da Omnimare, Scubatuba e NDS podem ser identificadas de longe com o logotipo do Projeto afixado em suas laterais. (Fonte: Cemar/Assessoria de Comunicação – PMU)