A Prefeitura de Ubatuba, representada pelas secretarias municipais de Saúde e Assuntos Jurídicos, em conjunto com a direção da Santa Casa, realizou, na noite desta quarta-feira, 5, uma audiência pública com o objetivo de prestar contas à comunidade sobre a intervenção da prefeitura no hospital, em novembro de 2005. A prestação de contas foi uma solicitação da 5ª Conferência de Saúde realizada no início de agosto.
Na próxima segunda-feira, dia 10, acontecerá uma reunião ordinária do Conselho Municipal de Saúde na qual o mesmo tema será debatido e explanado pelos conselheiros. Na quarta-feira, 12, acontece uma nova audiência pública, na Câmara Municipal, às 18 horas, com o mesmo teor. Essa discussão será levada a diversas regiões do município, com datas e locais a serem divulgados previamente na mídia local.
O representante do Comus, Quincas Cruz Neto, elogiou a iniciativa da prefeitura que, em sua opinião, é um exercício de democracia. “Essa audiência representa uma experiência da pedagogia democrática, que demonstra a transparência da administração e a preocupação que todos nós temos pela saúde no nosso município.”
Segundo o secretário de Saúde, Clingel Frota, a prestação de contas deixou claro que a Santa Casa ainda passa por muitas dificuldades. “Um dos maiores problemas que enfrentamos hoje é o mesmo que a maioria dos municípios tem. A Santa Casa tem um grande déficit mensal, que a impede de se livrar das dívidas. Os repasses do governo são incompatíveis com a quantidade de atendimentos efetuados mensalmente na instituição. O município faz o que pode, mas o repasse do Sistema Único de Saúde (SUS) é irreal, chega a ser absurdo.”
Na opinião do prefeito Eduardo Cesar, um dos fatores que poderiam contribuir para a modificação deste quadro seria o envolvimento e a participação da comunidade. “A prefeitura está fazendo sua parte para conseguir a melhoria nos dos repasses financeiros dos governos estadual e federal. A Santa Casa é uma entidade filantrópica, portanto, é responsabilidade de todos nós. Em qualquer situação de emergência, é ela que nos acolhe, independente de posição social, cor da pele ou orientação religiosa. Por isso, devemos dar a ela uma atenção especial, seja em forma de doações, de trabalhos voluntários. Qualquer contribuição é sempre bem-vinda.”
A prestação de contas
Durante o evento, foi apresentado um vídeo, mostrando as principais mudanças efetuadas desde o início da intervenção, em novembro de 2005, quando a prefeitura decretou estado de calamidade pública na prestação do serviço hospitalar do município. Com esta ação, os bens, serviços e servidores da Santa Casa de Misericórdia Nossa Senhora dos Passos de Ubatuba passaram a ser administrados pelo governo municipal.
Segundo a diretora administrativa da Santa Casa, Mara Franhani, não havia outra solução. “Se o município não tomasse para si essa responsabilidade, a Santa Casa provavelmente teria que fechar as portas. Desde então, diversas reformas, compras e adequações foram feitas, no sentido de melhorar e humanizar o atendimento hospitalar. A primeira atitude foi colocar em dia a escrita contábil e fazer um diagnóstico da real situação da Santa Casa. Na ocasião, foi detectada uma dívida de quase R$ 12 milhões, entre impostos, contas diversas, quadros de funcionários, fornecedores e outros.”
Além disso, foi detectada uma série de fatores que contribuíam para agravar a situação da entidade, como a falta de controle de estoque e normas de rotina, prontuários mal preenchidos, antagonismo entre corpo clínico e gerência administrativa, inexistência de triagem de pacientes, tempo elevado de espera, entre outras problemas.
Hoje, a dívida da Santa Casa é de cerca de R$ 18 milhões em virtude das melhorias empreendidas e do investimento em obras realizadas. O diretor técnico da Santa Casa, Marcus Alexandre de Souza ressalta que a grande diferença é que a organização e o atendimento melhoraram muito. “Nós conseguimos alinhar a linguagem dos médicos do Pronto Socorro com a administração. O grau de comprometimento dos funcionários aumentou e a padronização do atendimento proporcionou um segmento mais adequado e eficiente aos tratamentos. Paralelamente, estamos trabalhando na criação de projetos para absorver a demanda e dar garantia de atendimento os casos mais graves.”
As melhorias feitas
Desde que assumiu a Santa Casa, a prefeitura realizou investimentos em obras em todo o prédio, mudanças na estrutura de funcionamento do hospital e ampliações, que foram conseguidas por meio de parcerias da prefeitura com os governos estadual e federal. Outra importante mudança foi a humanização do atendimento, com a capacitação de funcionários, padronização no atendimento, diminuição significativa no tempo de espera e reestruturação no sistema de visitas.
Entre as diversas reformas, destacam-se a criação de novos leitos na enfermaria, a troca do telhado e do piso, a melhora na iluminação e colocação de azulejos nas paredes do pronto-socorro e uma entrada exclusiva para atendimento de convênios. A Sala de Urgência passou por uma completa reestruturação. Onde antes havia apenas um leito, uma bomba de infusão e um cardioversor, foram instalados cinco novos conjuntos de equipamentos.
Além disso, no piso superior do edifício, foi construída uma estrutura com o objetivo de abrigar uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), com capacidade para doze leitos, área de isolamento, para pacientes com doenças infecto-contagiosas e uma clínica médica com, aproximadamente, 20 leitos.
Números
A organização da contabilidade detectou um déficit mensal de R$ 283.636,39, uma vez que os custos mensais giram em torno de R$ 837.816,00 e a receita é de R$ 554.180,00. A prefeitura é responsável pelo maior repasse, com um valor de R$ 291 mil. O Sistema Único de Saúde repassa R$ 175 mil, enquanto o repasse federal é de apenas R$ 8.146,00.
Apenas com a folha de pagamento, a Santa Casa tem um gasto maior que a receita, em torno de R$ 652.191,00. Mara Franhani explica que a entidade tem a obrigatoriedade de trabalhar com um número mínimo em seu quadro de funcionários, respeitando os índices determinados pelos órgãos reguladores.
Novas propostas
Clingel Frota afirmou que o modelo da saúde pública no município é bom, contando com 23 Unidades de Saúde da Família espalhadas por toda a cidade, centro de especialidades médicas, unidade de reabilitação, unidade materno-infantil, dentre outros serviços prestados à população. “Apesar disso, precisamos realizar uma reestruturação, porque os recursos são parcos. Precisamos adequar o sistema à nossa realidade.”
Entre as propostas citadas pelo secretário está a reforma do Pronto-Atendimento da Maranduba e melhor estruturação da Unidade do Bairro Ipiranguinha, como forma de minimizar os atendimentos da Santa Casa. As ambulâncias da Secretaria de Saúde trabalharão de forma integrada com a unidade hospitalar, evitando o mau uso de tais veículos. Além disso, será feita uma readequação na distribuição de medicamentos e a reestruturação dos veículos do Programa de Saúde da Família. Serão realizados ainda ajustes administrativos na Secretaria, sobretudo em relação aos convênios firmados. (Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)
A Prefeitura de Ubatuba, representada pelas secretarias municipais de Saúde e Assuntos Jurídicos, em conjunto com a direção da Santa Casa, realizou, na noite desta quarta-feira, 5, uma audiência pública com o objetivo de prestar contas à comunidade sobre a intervenção da prefeitura no hospital, em novembro de 2005. A prestação de contas foi uma solicitação da 5ª Conferência de Saúde realizada no início de agosto.
Na próxima segunda-feira, dia 10, acontecerá uma reunião ordinária do Conselho Municipal de Saúde na qual o mesmo tema será debatido e explanado pelos conselheiros. Na quarta-feira, 12, acontece uma nova audiência pública, na Câmara Municipal, às 18 horas, com o mesmo teor. Essa discussão será levada a diversas regiões do município, com datas e locais a serem divulgados previamente na mídia local.
O representante do Comus, Quincas Cruz Neto, elogiou a iniciativa da prefeitura que, em sua opinião, é um exercício de democracia. “Essa audiência representa uma experiência da pedagogia democrática, que demonstra a transparência da administração e a preocupação que todos nós temos pela saúde no nosso município.”
Segundo o secretário de Saúde, Clingel Frota, a prestação de contas deixou claro que a Santa Casa ainda passa por muitas dificuldades. “Um dos maiores problemas que enfrentamos hoje é o mesmo que a maioria dos municípios tem. A Santa Casa tem um grande déficit mensal, que a impede de se livrar das dívidas. Os repasses do governo são incompatíveis com a quantidade de atendimentos efetuados mensalmente na instituição. O município faz o que pode, mas o repasse do Sistema Único de Saúde (SUS) é irreal, chega a ser absurdo.”
Na opinião do prefeito Eduardo Cesar, um dos fatores que poderiam contribuir para a modificação deste quadro seria o envolvimento e a participação da comunidade. “A prefeitura está fazendo sua parte para conseguir a melhoria nos dos repasses financeiros dos governos estadual e federal. A Santa Casa é uma entidade filantrópica, portanto, é responsabilidade de todos nós. Em qualquer situação de emergência, é ela que nos acolhe, independente de posição social, cor da pele ou orientação religiosa. Por isso, devemos dar a ela uma atenção especial, seja em forma de doações, de trabalhos voluntários. Qualquer contribuição é sempre bem-vinda.”
A prestação de contas
Durante o evento, foi apresentado um vídeo, mostrando as principais mudanças efetuadas desde o início da intervenção, em novembro de 2005, quando a prefeitura decretou estado de calamidade pública na prestação do serviço hospitalar do município. Com esta ação, os bens, serviços e servidores da Santa Casa de Misericórdia Nossa Senhora dos Passos de Ubatuba passaram a ser administrados pelo governo municipal.
Segundo a diretora administrativa da Santa Casa, Mara Franhani, não havia outra solução. “Se o município não tomasse para si essa responsabilidade, a Santa Casa provavelmente teria que fechar as portas. Desde então, diversas reformas, compras e adequações foram feitas, no sentido de melhorar e humanizar o atendimento hospitalar. A primeira atitude foi colocar em dia a escrita contábil e fazer um diagnóstico da real situação da Santa Casa. Na ocasião, foi detectada uma dívida de quase R$ 12 milhões, entre impostos, contas diversas, quadros de funcionários, fornecedores e outros.”
Além disso, foi detectada uma série de fatores que contribuíam para agravar a situação da entidade, como a falta de controle de estoque e normas de rotina, prontuários mal preenchidos, antagonismo entre corpo clínico e gerência administrativa, inexistência de triagem de pacientes, tempo elevado de espera, entre outras problemas.
Hoje, a dívida da Santa Casa é de cerca de R$ 18 milhões em virtude das melhorias empreendidas e do investimento em obras realizadas. O diretor técnico da Santa Casa, Marcus Alexandre de Souza ressalta que a grande diferença é que a organização e o atendimento melhoraram muito. “Nós conseguimos alinhar a linguagem dos médicos do Pronto Socorro com a administração. O grau de comprometimento dos funcionários aumentou e a padronização do atendimento proporcionou um segmento mais adequado e eficiente aos tratamentos. Paralelamente, estamos trabalhando na criação de projetos para absorver a demanda e dar garantia de atendimento os casos mais graves.”
As melhorias feitas
Desde que assumiu a Santa Casa, a prefeitura realizou investimentos em obras em todo o prédio, mudanças na estrutura de funcionamento do hospital e ampliações, que foram conseguidas por meio de parcerias da prefeitura com os governos estadual e federal. Outra importante mudança foi a humanização do atendimento, com a capacitação de funcionários, padronização no atendimento, diminuição significativa no tempo de espera e reestruturação no sistema de visitas.
Entre as diversas reformas, destacam-se a criação de novos leitos na enfermaria, a troca do telhado e do piso, a melhora na iluminação e colocação de azulejos nas paredes do pronto-socorro e uma entrada exclusiva para atendimento de convênios. A Sala de Urgência passou por uma completa reestruturação. Onde antes havia apenas um leito, uma bomba de infusão e um cardioversor, foram instalados cinco novos conjuntos de equipamentos.
Além disso, no piso superior do edifício, foi construída uma estrutura com o objetivo de abrigar uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), com capacidade para doze leitos, área de isolamento, para pacientes com doenças infecto-contagiosas e uma clínica médica com, aproximadamente, 20 leitos.
Números
A organização da contabilidade detectou um déficit mensal de R$ 283.636,39, uma vez que os custos mensais giram em torno de R$ 837.816,00 e a receita é de R$ 554.180,00. A prefeitura é responsável pelo maior repasse, com um valor de R$ 291 mil. O Sistema Único de Saúde repassa R$ 175 mil, enquanto o repasse federal é de apenas R$ 8.146,00.
Apenas com a folha de pagamento, a Santa Casa tem um gasto maior que a receita, em torno de R$ 652.191,00. Mara Franhani explica que a entidade tem a obrigatoriedade de trabalhar com um número mínimo em seu quadro de funcionários, respeitando os índices determinados pelos órgãos reguladores.
Novas propostas
Clingel Frota afirmou que o modelo da saúde pública no município é bom, contando com 23 Unidades de Saúde da Família espalhadas por toda a cidade, centro de especialidades médicas, unidade de reabilitação, unidade materno-infantil, dentre outros serviços prestados à população. “Apesar disso, precisamos realizar uma reestruturação, porque os recursos são parcos. Precisamos adequar o sistema à nossa realidade.”
Entre as propostas citadas pelo secretário está a reforma do Pronto-Atendimento da Maranduba e melhor estruturação da Unidade do Bairro Ipiranguinha, como forma de minimizar os atendimentos da Santa Casa. As ambulâncias da Secretaria de Saúde trabalharão de forma integrada com a unidade hospitalar, evitando o mau uso de tais veículos. Além disso, será feita uma readequação na distribuição de medicamentos e a reestruturação dos veículos do Programa de Saúde da Família. Serão realizados ainda ajustes administrativos na Secretaria, sobretudo em relação aos convênios firmados. (Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)