A Prefeitura de Ubatuba, por meio da Secretaria de Agricultura, Pesca e Abastecimento (Smapa), deu início, nesta semana, ao Projeto de Desenvolvimento Responsável Ordenado e Sustentado da Maricultura no município. O projeto consiste na implantação de conjuntos coletores de sementes de mexilhões nas fazendas marítimas já estabelecidas em todo o município, além da construção de uma balsa demonstrativa e um workshop ao final do projeto. No último 21, os maricultores envolvidos com o projeto se reuniram na Praça Bip, para acertar os detalhes finais da implantação dos coletores.
Ao todo, serão instalados 36 conjuntos, compostos por três coletores de captação de sementes de mexilhão. Alexandre Novais, chefe de fomento à maricultura da Smapa, afirma que esse projeto terá a capacidade de proporcionar um incremento de cerca de três toneladas e meia por produtor. Para a produção municipal, isso poderá representar um aumento de, aproximadamente, 100 toneladas, dependendo das condições oceanográficas e climáticas. Se o projeto atingir essas expectativas, poderá fazer de Ubatuba o principal pólo produtor do Estado de São Paulo.
A grande vantagem ambiental do projeto é o fato de obter esse resultado, sem a necessidade de tirar as sementes de mexilhão dos bancos naturais, além da possibilidade de continuar produzindo durante o defeso, ou seja, o ano todo.
A instalação dos coletores terá início em abril e deverá ser montada pelos próprios produtores. O projeto tem uma duração de 18 meses, entre instalação, fixação das sementes, monitoramento e desenvolvimento dos mexilhões. Ao final desse período, o workshop terá a função de demonstrar os resultados de todo o trabalho.
A balsa demonstrativa será instalada da Praia da Barra Seca e terá a função de ensinar o método de cultivo aos produtores e interessados, além de servir de base de educação ambiental para crianças em idade escolar do município.
Incentivo à produção ecologicamente correta
A Prefeitura de Ubatuba desenvolveu esse projeto a partir das reivindicações dos produtores ubatubenses, como uma forma alternativa de continuar produzindo o marisco, sem causar impactos ambientais.
Na opinião da secretária, Valéria Gelli, o projeto consiste em resgatar a maricultura no município, uma vez que incentiva a captação artificial de sementes de mexilhão. "A subsistência dessa atividade estava ameaçada pelas portarias do Ibama, que restringiram consideravelmente a coleta de sementes nos costões rochosos. Com esse novo método, os maricultores não precisam mais recorrer às fontes naturais, além de poder produzir durante todo o ano, independente do período de defeso."
Um investimento de R$ 187.012,50 foi feito, entre verbas do governo federal e da prefeitura. O projeto foi aprovado e contou com a parceria da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap) do Governo Federal, Instituto de Pesca, Ministério da Agricultura e Associação dos Maricultores do Estado de São Paulo (Amesp).
Os maricultores interessados no projeto e em maiores informações entrar em contato com o Chefe de Fomento à Maricultura Alexandre Novais no telefone 12 38333500 da SMAPA. (Fonte: Assessoria de Comunicação PMU)