A trilha histórico-cultural oferecida aos visitantes do Parque Estadual da Ilha Anchieta tem atraído muitos curiosos para conhecer a história do antigo presídio que ali funcionava e da rebelião de 1952, considerada a maior de toda a história com sucesso de fugas. O grande diferencial da trilha é que os relatos são contados aos turistas por pessoas que nasceram ou viveram ali na época, os chamados “Filhos da Ilha”, o que torna o passeio muito mais atraente e interessante, já que os monitores falam, emocionados, sobre aspectos que, muitas vezes, a história não conta.
“Para nós está sendo maravilhoso. Nós amamos este lugar!”, diz Neuza Almeida, filha do Cabo Herodi, que trabalhava no presídio na época da rebelião. Neuza e o irmão Célio são alguns dos monitores “Filhos da Ilha” que estão trabalhando voluntariamente para não deixar que a história se perca no tempo.
Dionéia da Cruz, filha de um guarda civil, conta que a oportunidade de passar às pessoas as experiências que ela e a família viveram na Ilha está sendo recompensadora. “Não queremos deixar a história morrer. Estar aqui está sendo o maior presente que Deus poderia me dar”, fala emocionada a “filha da Ilha”, que nasceu ali e tinha apenas cinco anos quando ocorreu a rebelião.
O visitante que chega na Ilha Anchieta tem a oportunidade de escolher diferentes tipos de trilhas, todas oferecidas gratuitamente: interpretação ambiental, histórico-cultural ou subaquática. A trilha histórico-cultural monitorada pelos “filhos da Ilha” possui horário fixo para saída, de quinta-feira a domingo, durante todo o mês de janeiro e o feriado de carnaval, em fevereiro. Esta trilha possui oito pontos de interpretação, entre eles as ruínas do presídio, as vilas civil e militar e a capela onde aconteciam os casamentos e batizados, nos quais os monitores vão passando as informações mais interessantes.
O cirurgião-vascular, Lúcio Rodrigues Gomes, turista vindo de Taubaté, ficou impressionado com a trilha: “nós gostamos muito, exatamente porque as informações foram passadas por uma pessoa que viveu aquilo e por isso pode contar os detalhes da história. É um passeio diferente, que mistura cultura e contato com a natureza, num banho de história”, disse o médico.

Rafael, filho do médico Lúcio, tem apenas nove anos, mas ficou encantado com a trilha: “achei muito legal porque gosto de conhecer a cultura de outros lugares. Fiquei um pouco assustado com a história da rebelião porque isso não é comum. O mais legal para mim é que tivemos uma pessoa que conhece a história de verdade para nos contar porque se a gente só visse os lugares não saberíamos de nada”, disse o menino.
A trilha histórico-cultural pode ser feita com agendamento prévio, através do telefone 3832-9059. Recomenda-se o uso de tênis e roupas confortáveis para a realização da trilha.
A trilha com os “Filhos da Ilha” é uma parceria da diretoria do Parque Estadual da Ilha Anchieta com a Prefeitura de Ubatuba, através da Secretaria de Turismo.
Confira os horários de saída:
Quintas, sextas, sábados e domingos: 9h, 11h, 13h e 15h. Com duração prevista de cerca de uma hora cada trilha. (Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)