Para comemorar a chegada do Carnaval, as turmas do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), Saúde mental e Apae, formaram o Bloco Cuca Legal e saíram pelas ruas do Centro, na tarde desta quarta-feira, 14, cantando marchinhas e animando as pessoas dos comércios e das casas. O grupo seguiu rumo ao Lar Vicentino, onde pacientes e idosos interagiram numa cantoria carnavalesca alegre e descontraída. Rostos pintados, sorrisos abertos, máscaras e instrumentos produzidos pelos próprios pacientes deram um colorido especial ao desfile, que terminou numa grande festa na Associação dos Aposentados.
Segundo o psicólogo Luiz Henrique Aparício, essa atividade, aparentemente simples, tem objetivos sérios, que fazem parte do tratamento das pessoas que freqüentam o Caps, Saúde Mental. "Geralmente, a pessoa que sofre algum tipo de transtorno mental, tem uma percepção distorcida sobre si mesma e sobre o mundo ao seu redor. Aos poucos, com o tratamento, ela vai redescobrindo o sentido da existência e o valor da vida. O contato com a sociedade, então, tem o objetivo de restaurar a ligação dos pacientes com o mundo exterior, mostrar a eles o quanto podem ser úteis para a sociedade. Ao visitarmos o Lar Vicentino, estamos dando atenção aos idosos e isso reflete na auto-estima dos nossos pacientes."
Quebrando preconceitos
O outro lado dessas atividades desenvolvidas junto à sociedade é a mudança do pensamento e a busca pela eliminação do preconceito. A psicóloga Denise Janinni explica que ações como o Bloco Cuca Legal fazem parte de um tratamento que cuida para que o paciente não seja excluído da sociedade por suas limitações. “Nós queremos sensibilizar e estimular a reflexão dos indivíduos ditos “normais”. A única forma de quebrar o preconceito é mostrar que as pessoas com sofrimento psíquico ou transtorno mental são ainda pessoas produtivas e atuantes. Ser aceito pelas pela sociedade contribui sensivelmente para a melhora dos pacientes.”
Saúde Mental, direito de todos
As ações desenvolvidas pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) estão de acordo com a reforma psiquiátrica e possibilitam a desospitalização no caso de pacientes graves e severos. Esses trabalhos são promovidos pela Prefeitura, por meio Secretaria de Saúde.
Atualmente, as equipes que atuam no Caps e na Saúde Mental estão criando um movimento de interação com outras entidades, como é o caso da Apae e do Lar Vicentino neste evento de carnaval. A intenção é criar um vínculo maior também com o Programa de Saúde da Família (PSF) e as comunidades, por meio das escolas e associações de bairro, com o objetivo de promover, não só o tratamento, mas também a prevenção. (Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)