Neste sábado, 24, os remanescentes da rebelião do presídio da Ilha Anchieta se encontrarão no “IX Filhos da Ilha”, um evento que acontece anualmente, reunindo sobreviventes, familiares e amigos desse trágico acontecimento de 1952. O objetivo do encontro é rememorar o fato e não deixar que a história se perca. Os participantes se encontrarão no Cais do Saco da Ribeira, em Ubatuba e tomarão embarcações que os levarão para passar o dia na Ilha Anchieta. O evento é organizado pela Comissão Pró-Resgate Histórico do Parque Estadual da Ilha Anchieta, formada pelo Tenente Samuel de Oliveira, que deu início ao movimento.
Na chegada à Ilha, a banda Lira Padre Anchieta receberá os participantes com música erudita e popular. Depois, acontecerá um culto ecumênico, em homenagem aos que faleceram durante a rebelião. Seguem-se discussões, exibição de filmes, depoimentos e passeios. O grupo setorial de História e Geografia da Fundart, por meio do projeto “Meu bairro tem história” juntamente com o grupo de Fotografia farão registros das pessoas, unindo fotografias e dados, para compor o arquivo dos “Filhos da Ilha”.
Resgate da cultura
O coordenador do grupo setorial de História e Geografia, Carlos Rizzo, diz que o trabalho Comissão Pró-Resgate Histórico do Parque Estadual da Ilha Anchieta significa um resgate social e cultural também para a comunidade e, por isso, o município tem o dever de se envolver. “Quando apoiamos eventos como esse, estamos valorizando a história das pessoas que viveram lá e eles acabam virando parceiros no turismo sustentável do Parque Estadual da Ilha Anchieta.”
A diretora Estadual da Ilha Anchieta, Viviane Buchianeri, afirma que o “Filhos da Ilha”
já é um acontecimento histórico no parque, que vem aumentando a cada ano. Ela conta que, além dos antigos moradores, a comunidade está aderindo cada vez mais. “Nessa ocasião, acontece uma grande festa popular. A própria população de Ubatuba tem a oportunidade de conhecer um pouco da história da Ilha. Iniciativas como essa do Tenente Samuel são um grande exemplo para nós. O parque tem muito a agradecer, porque ele está prestando um grande serviço, não só a nós, mas ao município e até mesmo à história do Brasil”.
Biodiversidade e natureza exuberante
No dia do encontro, além das escunas fretadas para o evento, que custam R$ 10 reais por pessoa, o próprio Parque Estadual da Ilha Anchieta disponibiliza embarcações para levar os visitantes. Além disso, a taxa de visitação é suspensa. O visitante pode desfrutar de trilhas autoguiadas ou monitoradas, conhecer as ruínas do presídio, visitar pontos de mergulho, com piscinas naturais e visitar suas quatro praias. Isso, sem falar da biodiversidade encantadora do lugar. Capivaras, micos, pássaros multicoloridos de inúmeras espécies e a fauna marinha, com suas formas e cores exuberantes.
Por sua biodiversidade, a Ilha Anchieta é alvo de muitas pesquisas, sobre vegetação ecossistema, uso público, turismo e outros temas. Atualmente, mais de 60 trabalhos de pesquisas estão sendo desenvolvidos com o apoio do Parque Estadual da Ilha Anchieta. Os pesquisadores podem contar com apoio técnico e alojamento na Ilha.
Paixão pela história
O organizador do “Filhos da Ilha” é um tenente que nada tem a ver com a rebelião, senão a paixão pela história e uma série de coincidências que o levaram promover esses encontros. “Não planejei nada, foi acontecendo naturalmente”, afirma o Tenente Samuel Messias de Oliveira. Ele não trabalhou no Instituto Correcional da Ilha Anchieta, que foi o primeiro presídio de segurança máxima do estado de São Paulo, mas trabalhou em diversos outros presídios, como o Carandiru, a Febem e o Instituto de Reeducação de Tremembé. Neste último, conheceu João Pereira Lima, o líder da rebelião e teve contato com policiais e soldados. Antes disso, havia lido o livro “Motim na Ilha”, que representou seu primeiro contato com a história.
Mais tarde, o tenente resolveu ir conhecer a Ilha “pessoalmente” e encontrou o presídio em ruínas, bem como a sua história, como se fosse algo a ser esquecido. A partir disso, começou a pesquisar e escrever a história em jornais e livros, para homenagear os sobreviventes. Samuel conta que, a princípio, era muito doloroso para os sobreviventes resgatar esse passado traumático, lembrar do massacre que deu origem a um filme italiano denominado “Mãos Sangrentas”, do qual seus pais, em sua maioria, eram personagens. “No primeiro encontro, quando exibi o filme da minha primeira visita à Ilha, muitas pessoas se emocionaram, passaram mal, mas aos poucos, eles foram reassumindo sua história. Hoje eles têm orgulho de serem descendentes do povo da Ilha. O encontro “Filhos da Ilha” representa um resgate espiritual, psicológico e social, onde histórias vêm à tona, as mágoas são dissipadas e o que predomina é a emoção e a solidariedade.
A Prefeitura de Ubatuba apóia o evento, que é aberto ao público. Quem tiver interesse em participar e conhecer um pouco mais da história, deve estar no píer do Saco da Ribeira por volta das 7h. O transporte será feito pela empresa Myconos, por um preço promocional de R$ 10,00.
Confira a programação e participe!
8h - Partida do Saco da Ribeira (Ubatuba)
9h - Chegada na Ilha Anchieta
9:10h - Coral e Banda
10:10h - Culto ecumênico
11h - Coroa de flores na Santa Cruz do PM Laurindo
11:30h - Lanche
13h - Filme documentário Unitau
13:30h - Reunião da Comissão Pró-resgate Histórico
14h - Depoimento dos filhos da ilha
15h - Ilha Anchieta hoje
16h - Encerramento
16:30h - Retorno
(Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)
Neste sábado, 24, os remanescentes da rebelião do presídio da Ilha Anchieta se encontrarão no “IX Filhos da Ilha”, um evento que acontece anualmente, reunindo sobreviventes, familiares e amigos desse trágico acontecimento de 1952. O objetivo do encontro é rememorar o fato e não deixar que a história se perca. Os participantes se encontrarão no Cais do Saco da Ribeira, em Ubatuba e tomarão embarcações que os levarão para passar o dia na Ilha Anchieta. O evento é organizado pela Comissão Pró-Resgate Histórico do Parque Estadual da Ilha Anchieta, formada pelo Tenente Samuel de Oliveira, que deu início ao movimento.
Na chegada à Ilha, a banda Lira Padre Anchieta receberá os participantes com música erudita e popular. Depois, acontecerá um culto ecumênico, em homenagem aos que faleceram durante a rebelião. Seguem-se discussões, exibição de filmes, depoimentos e passeios. O grupo setorial de História e Geografia da Fundart, por meio do projeto “Meu bairro tem história” juntamente com o grupo de Fotografia farão registros das pessoas, unindo fotografias e dados, para compor o arquivo dos “Filhos da Ilha”.
Resgate da cultura
O coordenador do grupo setorial de História e Geografia, Carlos Rizzo, diz que o trabalho Comissão Pró-Resgate Histórico do Parque Estadual da Ilha Anchieta significa um resgate social e cultural também para a comunidade e, por isso, o município tem o dever de se envolver. “Quando apoiamos eventos como esse, estamos valorizando a história das pessoas que viveram lá e eles acabam virando parceiros no turismo sustentável do Parque Estadual da Ilha Anchieta.”
A diretora Estadual da Ilha Anchieta, Viviane Buchianeri, afirma que o “Filhos da Ilha”
já é um acontecimento histórico no parque, que vem aumentando a cada ano. Ela conta que, além dos antigos moradores, a comunidade está aderindo cada vez mais. “Nessa ocasião, acontece uma grande festa popular. A própria população de Ubatuba tem a oportunidade de conhecer um pouco da história da Ilha. Iniciativas como essa do Tenente Samuel são um grande exemplo para nós. O parque tem muito a agradecer, porque ele está prestando um grande serviço, não só a nós, mas ao município e até mesmo à história do Brasil”.
Biodiversidade e natureza exuberante
No dia do encontro, além das escunas fretadas para o evento, que custam R$ 10 reais por pessoa, o próprio Parque Estadual da Ilha Anchieta disponibiliza embarcações para levar os visitantes. Além disso, a taxa de visitação é suspensa. O visitante pode desfrutar de trilhas autoguiadas ou monitoradas, conhecer as ruínas do presídio, visitar pontos de mergulho, com piscinas naturais e visitar suas quatro praias. Isso, sem falar da biodiversidade encantadora do lugar. Capivaras, micos, pássaros multicoloridos de inúmeras espécies e a fauna marinha, com suas formas e cores exuberantes.
Por sua biodiversidade, a Ilha Anchieta é alvo de muitas pesquisas, sobre vegetação ecossistema, uso público, turismo e outros temas. Atualmente, mais de 60 trabalhos de pesquisas estão sendo desenvolvidos com o apoio do Parque Estadual da Ilha Anchieta. Os pesquisadores podem contar com apoio técnico e alojamento na Ilha.
Paixão pela história
O organizador do “Filhos da Ilha” é um tenente que nada tem a ver com a rebelião, senão a paixão pela história e uma série de coincidências que o levaram promover esses encontros. “Não planejei nada, foi acontecendo naturalmente”, afirma o Tenente Samuel Messias de Oliveira. Ele não trabalhou no Instituto Correcional da Ilha Anchieta, que foi o primeiro presídio de segurança máxima do estado de São Paulo, mas trabalhou em diversos outros presídios, como o Carandiru, a Febem e o Instituto de Reeducação de Tremembé. Neste último, conheceu João Pereira Lima, o líder da rebelião e teve contato com policiais e soldados. Antes disso, havia lido o livro “Motim na Ilha”, que representou seu primeiro contato com a história.
Mais tarde, o tenente resolveu ir conhecer a Ilha “pessoalmente” e encontrou o presídio em ruínas, bem como a sua história, como se fosse algo a ser esquecido. A partir disso, começou a pesquisar e escrever a história em jornais e livros, para homenagear os sobreviventes. Samuel conta que, a princípio, era muito doloroso para os sobreviventes resgatar esse passado traumático, lembrar do massacre que deu origem a um filme italiano denominado “Mãos Sangrentas”, do qual seus pais, em sua maioria, eram personagens. “No primeiro encontro, quando exibi o filme da minha primeira visita à Ilha, muitas pessoas se emocionaram, passaram mal, mas aos poucos, eles foram reassumindo sua história. Hoje eles têm orgulho de serem descendentes do povo da Ilha. O encontro “Filhos da Ilha” representa um resgate espiritual, psicológico e social, onde histórias vêm à tona, as mágoas são dissipadas e o que predomina é a emoção e a solidariedade.
A Prefeitura de Ubatuba apóia o evento, que é aberto ao público. Quem tiver interesse em participar e conhecer um pouco mais da história, deve estar no píer do Saco da Ribeira por volta das 7h. O transporte será feito pela empresa Myconos, por um preço promocional de R$ 10,00.
Confira a programação e participe!
8h - Partida do Saco da Ribeira (Ubatuba)
9h - Chegada na Ilha Anchieta
9:10h - Coral e Banda
10:10h - Culto ecumênico
11h - Coroa de flores na Santa Cruz do PM Laurindo
11:30h - Lanche
13h - Filme documentário Unitau
13:30h - Reunião da Comissão Pró-resgate Histórico
14h - Depoimento dos filhos da ilha
15h - Ilha Anchieta hoje
16h - Encerramento
16:30h - Retorno
(Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)