Tudo que se refere a ciganos causa sempre muita curiosidade e vem enfeitado com uma plumagem fantasiosa. Em suas andanças pelo mundo, incorporaram à sua dança alegre e apaixonante ritmos de todas as terras. Foi um pouco desta magia que Aiyan Zack e Márcia Rhubiah levaram aos espectadores que lotaram a praça Anchieta, na noite de sábado, dia 12. Com o “Show Andanças, uma jornada cigana ao reino das danças mágicas”, deram um verdadeiro espetáculo ao som de músicas ciganas. O espaço em frente a Fundart (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba) foi decorado com tule de várias cores, simbolizando um acampamento cigano, com fogueiras em volta do palco. Numa tenda cigana, Santa Sara reinava num altar ornamentado com muitas flores e frutas, velas e fitas coloridas e incensos. Após a procissão do fogo e do vinho, as frutas e flores foram distribuídas aos presentes com as benções da Virgem Sara, padroeira dos ciganos. Negra como a maioria das antigas Virgens, é cultuada nas peregrinações a seu único santuário, na cripta localizada sob o altar da Igreja de Nª Sª do Mar, na cidade de Saintes-Marie-de-la-Mer, na França. O show ainda trouxe exemplos do nomadismo cigano com apresentação de números de danças indiana, do fogo, húngara, russa e celta, terminando com a brasileira. Quando dança, Aiyan parece incorporar o verdadeiro espírito cigano. “Ser cigano é mais que uma questão sangüínea, muito menos uma vaidade pessoal ou uma doce fantasia sensual. Embora não haja dúvida que o povo cigano encarnado – manifestação viva da energia cigana espiritual – já venha agraciado com todos seus dons e talentos, ser cigano é, antes de tudo, um estado de espírito, uma intensa energia de participação com a vida e com tudo que ela tem de vibrante, emocionante e especial”, confessa Aiyan.