As grandes
festas católicas giram em torno dos últimos passos de Jesus:
quarenta dias depois da Páscoa vem a Ascensão; dez dias
depois, o Pentecostes, ou Festa do Divino; o domingo imediato é
da Santíssima Trindade e a primeira quinta-feira seguinte é
Corpus Christi.
Com o correr dos séculos, a cada festa dessas, e sem desrespeitar
o mistério básico festejado, o povo acrescenta suas cores,
sua música, sua generosa e inesgotável fantasia.
No hemisfério norte, a comemoração coincide com a
chegada da primavera, o que explica tantos ramos e flores espalhados pelas
ruas.
Segundo Frei Aldo, pároco da matriz Exaltação à
Santa Cruz, em 1264, irmã Juliana teve um sonho em que lhe era
pedido que se festejasse publicamente a santa eucaristia. Ela levou o
pedido até o Papa Urbano IV, que instituiu a comemoração
numa quinta-feira, pois foi neste dia que Jesus fez a última ceia
com seus discípulos, consagrando o pão como sua carne e
o vinho como seu sangue.
Às 15h desta quinta-feira, dia 26, uma procissão de mais
de três mil fiéis partiu a igreja São Francisco de
Assis em direção à matriz, passando por ruas coberta
por tapetes que são verdadeiras obras de arte. A comunidade católica
se esmera para demonstrar sua devoção ao Santíssimo
Sacramento, pois acredita verdadeiramente que o corpo e o sangue de Cristo
estão presentes na hóstia consagrada, que desfila pela cidade
abençoando todas as criaturas.
Desde as primeiras horas da manhã, as ruas são enfeitadas
com os mais motivos bíblicos utilizando pó de café,
areia e pó de serra grossos e finos de coloração
diferenciada, tampas de garrafa encapadas com papel colorido, flores de
papel crepom e alumínio, cal, etc.., além de flores naturais
e altares, onde foram feitas paradas litúrgicas reverenciando o
Corpo de Cristo.
“É a fé que se faz concreta de forma tão marcante”,
considera Frei Aldo.
A cerimônia terminou com a celebração da santa missa
na igreja matriz.
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