A criação de marisco em Ubatuba já é uma realidade que envolve 42 produtores distribuídos em 27 fazendas marítimas com safra anual de 80 t. As possibilidades de crescimento são concretas abrindo espaço para geração de emprego sem agredir o meio ambiente. Ubatuba é pioneira na pesquisa da mitilicultura (criação de marisco) tendo como base o Instituto de Pesca-IP. Ricardo Toledo Lima Pereira, diretor do IP, diz que as atividades relacionadas com a exploração das riquezas do mar são uma opção econômica que merecem ser olhadas com muito mais atenção. Na região norte do litoral de Santa Catarina houve um “boom” do marisco utilizando as técnicas de cultivo do IP, mas realizadas de modo desorganizado comprometendo o meio ambiente. “Isto será impossível acontecer em Ubatuba, pois estamos muito atentos ao controle de concessão de áreas e a implantação das fazendas”, garante Ricardo. Duas novas culturas vêm sendo testadas pelo IP com amplas possibilidades de sucesso. O estudo da criação da vieira (coquille Saint Jacques), uma concha idêntica a marca da Shell, foi retomado pelo instituto com possibilidades de sucesso. Cada concha é comercializada a R$ 2,50 e nos restaurantes um prato de vieira é servido na base de R$ 60,00. Um retorno bastante rentável para o produtor, sem dúvida. Outra pesquisa em andamento é da criação da alga do tipo “kappaphicus”, uma espécie exótica originária das Filipinas. Ricardo é o pesquisador responsável pelo projeto e fala dos múltiplos usos do pó da alga: gelatina, tintas, tecidos, cosméticos, emulsão fotográfica, sorvete, etc. Atualmente vem sendo testado o cultivo da alga com três produtores.
	As sementes da alga são procedentes de Angra dos Reis e o processamento para transformação da alga em pó é realizado em Mogi das Cruzes. Os períodos para colheita destas espécies são de sete meses para o marisco, 14 meses para a vieira e 40 dias para a alga. Desenvolver e repassar tecnologia visando atividade econômica são os objetivos do Instituto que ainda desenvolve pesquisas com peixes como garoupa, robalo, pampo e tainha visando a reposição das espécies. “O mar é uma opção para a economia do município e, com as fazendas marinhas, fica afastada a possibilidade de pesca predatória e poluição”, conclui Ricardo.